"Trágica é a existência daquele que morre sem haver conhecido o motivo de sua vida!”
Tratado da psicologia revolucionária - Samael Aun Weor

17 de ago. de 2007

A MISÉRIA DO SER

Milhares de teses surgem, falando que o mundo só vai ter jeito quando a miséria terminar. Miséria da fome e da renda básica. E esses adivinhos dos novos tempos asseguram que ou o capitalismo acaba com essa miséria ou essa miséria acaba com o capitalismo. É curioso ver doutores e mestrados, homens e mulheres de tamanha racionalidade tão “naives”. Qualquer estudante de marketing sabe que o ser humano é movido pelos desejos, angústias, necessidades, vontades de tapar os buracos da sua existência.

Qualquer publicitário de plantão sabe que trocamos sonhos por ilusões e somos persuadidos e conduzidos pela manipulação dos nossos sentimentos mais egoístas. Todo sociólogo que estudou viu o desmoronar da utopia comunista, não por não ter resolvido os problemas básicos da fome, da escola e do saneamento dos esgotos. Desmoronou por não permitir a liberdade da participação na corrida da sociedade consumidora. Tem gente irritadíssima com a China atual. Adoravam a China de antigamente, pois no passado ela só produzia provérbios... e agora: produtos de marca baratíssimos.

Para cerca de 1 bilhão de seres que vivem na linha da miséria tenebrosa, cabe à sociedade com renda exterminar essa doença humana. Porém para os outros 5 bilhões e 600 milhões, a miséria não é material. A miséria é do ser. Existe muito mais miséria moral e de liberdade em todas as classes com renda, em todos os países desenvolvidos, em todas as fontes de riqueza, do que na pobreza pura contabilizada no planeta terra.Jean Paul Sartre ensinou: “Muitos homens sabem que o objetivo da sua busca é o ser, e, assim, abstêm-se de se apropriar das coisas por si mesmas e tentam realizar a apropriação simbólica do ser-em-si das mesmas.”

A riqueza do ser é a única saída para a nova humanidade, e a nova economia “post capitalismo”.

José Luiz Tejon
Professor de pós-graduação da FGV

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