"Trágica é a existência daquele que morre sem haver conhecido o motivo de sua vida!”
Tratado da psicologia revolucionária - Samael Aun Weor

21 de nov. de 2007

Como surge uma lésbica feminista - Será que nasce assim?

Quem nunca imaginou um mundo sem homens?

"(...) Minha mãe dizia que o mundo seria mais seguro e tranqüilo, que tudo que era ruim tinha sido criado por “eles”, que eram “eles” que matavam, que estupravam, assassinavam, faziam as guerras.

Minha mãe, dizia enquanto passava as roupas da casa, que no Jardim do Éden que tudo começara. Que Adão e Eva fizeram safadeza e então foram separados em homens e mulheres. Ela disse que a pena de Eva foi a gravidez, as dores do parto, e hoje em dia todas pagávamos por isso. E que Adão foi ter que carregar aquelas coisas estranhas no meio das pernas. Imaginava que devia ser desconfortável ter aquilo e gostava de ter b..., me sentia livre.

Minha mãe achava que era natural que eles fossem assim. Que era a testosterona, que eles eram naturalmente mais agressivos. Eu ficava assombrada. Aí que percebia o mundo em que vivia. Estava segura junto à minha mãe ali em casa, mas temia pelo mundo lá fora e pelas outras crianças.

Minha mãe falava de crianças desaparecidas. Eu tinha um medo, mas procurava não pensar muito nele e ir brincar enquanto não fosse despertada pra realidade. Mais tarde, hoje, descobriria que outras crianças seriam despertadas muito cedo e que todas poderiam correr o risco do incesto enquanto existisse família. Mas apesar de tudo é essa a segurança que nos tem a oferecer e é esse o projeto de proteção à infância aplicado pelas políticas públicas.

Quando criança, homens sempre pareciam estranhos e invasivos, assustadores. Os que tinham barbas eram os que mais me assustavam. Eu tinha muito medo do homem do saco, pesadelos da infância envolviam essa figura folclórica dentre tantas. Quando via um homem na rua com uma sacola, pensava que havia uma criança lá dentro, que tinha sido afastada de sua mãe. Ao mesmo tempo era uma sensação de que, se isso tivesse acontecido, não tinha o que se fazer. Que uma vez apartados de suas famílias pertenciam ao homem do saco. E era inimaginável o que acontecesse...

Na minha adolescência, foi surgindo a sexualidade(...) Foi a época que comecei a andar nas ruas sozinha, e eu era aterrorizada. Foram as primeiras cantadas que recebi, os homens me davam medo (...)

Minha mãe dizia que eles tinham voracidade sexual e desejo maior que o nosso logo estava a dizer que não tínhamos desejo próprio, e que éramos fracas também nesse sentido. E eu não tinha mesmo. Achava que tinha algum problema (...)

Quando andava nas ruas à noite, me sentia segura quando nos trechos que avistava, só haviam mulheres. Me sentia muito bem. Queria que no mundo só existissem mulheres. Imaginava um planeta só de mulheres. Quando via notícias de estupro, queria a morte de todos.

Quando comecei a virar moça, minha mãe teve conversas. Pareciam uma molestação psíquica. Era horrível me ser apresentada a realidade do estupro. Minha mãe dizia pra eu me cuidar. Minha mãe me castrou em relação aos homens(...)

Meus irmãos pingavam na tampa da privada. Me sentia tolhida em liberdades. Mijavam em pé, pra não sentar na privada. Não confiava num ambiente limpo se haviam homens presentes. Limpava com álcool antes de evacuar. O p... deles me incomodava. Muito. (...)

Homens ocupavam todos espaços. Homens ocupavam espaço demais. Eu não podia mijar na rua nem andar sem camisa a partir da puberdade. Já adquira as formas que me tornavam código estuprável na sociedade deles. Descobri que eles se apossaram da sociedade, que a sociedade era deles. Descobri que vivia no separatismo másculo. Não chamava dessa forma, mas sabia do apartheid em que vivia e não tinha direito de enunciar. Pois seria xingada de feminista ou lésbica.

Quando meus pais me alertavam em relação aos homens, só faziam garantir os direitos beneficiários deles.Garantiam a ordem de coisas. Eu que me escondesse e me cuidasse deles. Andava numa selva cheia de leões famintos. Meus passos eram tímidos, como de toda garota. Andava de roupas largas pra que nenhum me falasse nada. Não dar chance deles me raptarem pra longe de mim. Quando andava nas ruas à noite, me sentia segura quando nos trechos que avistava, só haviam mulheres. Me sentia muito bem. Queria que no mundo só existissem mulheres.

Meu irmão maior era um escroto paternalista e queria ser meu falo-escoltador. Me castrava em relação a interesses por meninos. Dizia a realidade que ele conhecia deles. Falou que eram todos falsos, que se comportavam com mulheres de um jeito e com homens de outro totalmente diferente. Eu me interessava por um garoto de 17 anos. Ele descobriu. E me alertou falsamente sobre ele. Me falou que homens eram todos sem exceção tarados e nessa idade estavam no cio (...) Hoje sou lésbica (...)”

Depoimento de uma homossexual extraído da internet
O nome da autora não será divulgado

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